segunda-feira, 4 de maio de 2015

Comemorar o Dia da Mãe na escola. Sim ou não?






O Dia das Mães se aproxima. Várias escolas começam a preparar festas, exposições, apresentações sobre o tema, brincadeiras divertidas para o dia e até lembrancinhas para os alunos entregarem às mães... Apesar de parecer ter apenas pontos positivos, algumas escolas e especialistas acham a comemoração do Dia das Mães na escola bastante polêmica e acreditam que ela deva ser tratada com muita delicadeza. "Há crianças que em suas histórias de vida, por exemplo, trazem situações delicadas em relação às mães, como separações, doenças e até morte", explica a psicóloga educacional Rosângela Cabrera, de São Paulo.

domingo, 15 de março de 2015

Filha és… mãe serás




Quando era pequenina olhava com espanto para a minha mãe.

Quando o frango assado vinha para a mesa, ela era sempre a última a servir-se: cada um escolhia o que gostava mais e, por último, lá se servia a minha mãe, sempre com um sorriso.

O ovo estrelado que rebentava na frigideira tinha sempre como destino o prato dela.

Descascava as maçãs para todos e comia a que sobrava “está tocada mas é boa, não é para desperdiçar”.

Agora eu sou, instintivamente, essa mãe, com outras carinhas pequeninas a olharem-me com espanto.

O amor está nos gestos mais simples. Está nas maçãs tocadas, no ovo estrelado que rebenta. Nas mãos frias na testa que aliviam a febre… que curam tudo.


Filha és, mãe serás …

Maria Capaz

terça-feira, 10 de março de 2015

Porque é que não deve forçar o seu filho a beijar outras pessoas









Pediatras dizem que beijo é um cumprimento demasiado íntimo para se impor a uma criança e que não é necessário para as regras da boa educação e da simpatia.

Dizer ao Gonçalo, de 4 anos, "dá um beijinho à Maria" pode ser um verdadeiro desafio. Não é muito beijoqueiro, diz a mãe, sobretudo quando não conhece bem as pessoas. "Digo-lhe sempre para dar um beijinho, mas já sei que às vezes não dá", conta Sara Castilho, 32 anos. Com a família mais próxima, não há qualquer problema. Mas se lhe pedem para beijar um parente afastado ou um amigo da família, a situação altera-se. E quanto mais insistem, pior é. "Tento não entrar em conflito e, por isso, não forço muito. Mas faço força para que cumprimente a pessoa, nem que seja apenas com um olá."

A discussão sobre se os pais devem ou não coagir as crianças a beijar outras pessoas foi relançada recentemente pela jornalista e escritora colombiana Ana Hanssen. Na opinião do pediatra Mário Cordeiro, "as crianças não devem ser obrigadas a beijar quem quer que seja, embora devam ser entusiasmadas a cumprimentar as pessoas, seja no prédio onde moram sejam com avós ou amigos". Mas, ressalva, "cumprimentar, que é um ato de cortesia, não é sinónimo da intimidade a que o beijo força". Por isso, um sorriso ou um aceno podem ser suficientes. "Ser educado é uma coisa, ser beijoqueiro é outra", destaca. Até porque, lembra o pediatra, "há crianças que não gostam de dar um beijo a uma pessoa com barba", por exemplo.

DN Portugal

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Quando devo recorrer ao psicólogo infantil?








Birras, malcriações, rebeldia, notas baixas, dificuldade em aprender, timidez, choro fácil, problemas de sono, apatia, perda de ente querido, separação de pais etc.. São vários motivos que fazem com que os pais pensem em procurar ajuda de um Psicólogo Infantil. Mas a pergunta está sempre no ar: quando realmente há necessidade de recorrer a psicoterapia infantil?

Para obtermos essa resposta devemos analisar quando nós adultos procuramos ajuda psicológica. Pense em você e o que faria você procurar um psicólogo. Normalmente isso acontece quando estamos passando por problemas que interferem no nosso dia-a-dia e nos causam algum sofrimento. Entretanto, com as crianças ocorrem de maneira diferente, pois elas nem sempre sabem nomear o que sentem ou porque estão se comportando de determinado jeito. Mas elas expressam o sofrimento e a tristeza através dos comportamentos e atitudes. Por isso é primordial o olhar e atenção dos adultos sempre. É necessário saber como está a criança como um todo, se está tudo bem na escola, se está dormindo e comendo bem, se está mais quieta ou mais agitada e qual a frequência do comportamento que não é comum ela apresentar. Ao perceber mudanças em algum aspecto do comportamento, procure ajuda.

É muito importante os pais entenderem as fases de desenvolvimento infantil e saber quais comportamentos são comuns na idade em que a criança está. É necessário entender um pouco de tudo o que diz respeito ao desenvolvimento emocional (ou psicológico), cognitivo (ou da inteligência), motor, da linguagem e social da criança. Esse entendimento facilitará a conclusão se tal mudança comportamental está ocorrendo devido a uma fase que a criança está passando, ou se ela está com algum tipo de sofrimento.

pequeniños

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O medo das crianças de acordo com a idade


  





Sentir medo é normal, faz parte do desenvolvimento infantil, mas a criança precisa se sentir amparada quando esse sentimento vem à tona. Veja aqui quais são os temores mais comuns a cada fase e saiba com ajudar seu filho a lidar com eles:

ATÉ 7 MESES 
De barulhos inesperados e luzes fortes.
- Para ajudar: evite expor a criança a qualquer estímulo intenso. Se não for possível, faça de maneira suave e verifique como ela reage.

DE 7 MESES A 1 ANO E MEIO 
De pessoas, ambientes e objetos novos; de perder os pais, pois acham que pessoas desaparecem quando não estão ao alcance de seus olhos.
- Para ajudar: o pai, a mãe ou o cuidador devem estar presentes quando o bebê for exposto a situações novas.

DE 1 ANO E MEIO A 3 ANOS 
Do escuro, de pessoas com máscaras ou fantasias, de ficar sozinho.
- Para ajudar: ao encontrar alguém fantasiado, aproxime-se devagar e mostre que é apenas uma roupa diferente. Se ele não gostar, não force.

DE 3 A 5 ANOS
De monstros, fantasmas, da escuridão, de animais, chuva, trovão, de se perder.
- Para ajudar: respeite a criança, permitindo que se expresse, e explique que nada lhe acontecerá de mal. Quanto ao medo de se perder, faça-a decorar o nome inteiro e o telefone de casa e a ensine a pedir ajuda. Ela se sentirá mais segura.

A PARTIR DOS 5 ANOS
De ser deixado na escola, de bandido, de personagens de terror.
- Para ajudar: insegurança melhora com diálogo. Se o medo for de bandido, reforce, por exemplo, a importância de ficar perto de adultos conhecidos. Para a criança se sentir segura, diga que alguém sempre estará cuidando dela na escola.

A PARTIR DOS 6 ANOS
Da própria morte e da dos pais, pois já a entende como algo irreversível; de ser criticado.
- Para ajudar: se houver perguntas sobre morte, não invente histórias absurdas, diga a verdade de forma delicada. E quanto às críticas: explique que elas nos ajudam a melhorar.

crescer

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Como os pais devem agir quando veem os seus filhos envolvidos numa briga?






Crianças pequenas brigam com frequência e os pais devem supervisionar de perto para orientá-los e ensiná-los sobre como se portar nessas situações, ensina a psicóloga Eliana de Barros Santos. "Se a criança bater em outra, interfira e separe os dois, mas lembre-se de não supervalorizar a briga. Console e atenda a criança que foi agredida para depois orientar o agressor dizendo que a atitude dele não foi boa e que provocou dor no colega", diz Eliana. Ela orienta que o mesmo deve ser feito se a briga for entre irmãos: "Fique atento para não ceder aos gritos do menor, por achar que ele é mais frágil, pois dessa forma você estará mostrando que a birra tem poder. Aja com justiça. Para crianças pequenas, até cerca de dois anos, é necessário ser incisivo e direto, dizendo em poucas palavras e de forma clara olhando em seus olhos: ‘Não bata! Quando bate, dói’".

educar para crescer

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

10 maiores consequências dos contos infantis na formação da personalidade das crianças








1- Ajudam a criança a lidar com as dificuldades e seus sentimentos!


Os contos ajudam a criança a lidar com as dificuldades do seu dia a dia e a elaborar melhor os sentimentos negativos tão comuns na primeira infância, como medo, frustração, abandono, rejeição, rivalidade entre irmãos, inveja, relação com os pais, inferioridade, vingança etc. Por isso, elas pedem para ler diversas vezes a mesma história.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Bebés autónomos aprendem melhor






Os bebés que aprendem junto dos adultos a serem mais autónomos adquirem mais cedo fortes ferramentas cognitivas, que os ajudam a desenvolver nos campos sociais e psicológicos. Pelo menos é o que defendem investigadores canadianos, para quem o papel da mãe neste processo de aquisição de autonomia é absolutamente central.

Os pesquisadores da Universidade de Montreal mostraram que “o funcionamento executivo da criança está ligada à capacidade da mãe para apoiar a sua autonomia. Esse apoio inclui coisas como dar-lhe ferramentas para enfrentar desafios e deixá-la tentar resolver problemas sozinha, por exemplo, na realização de pequenas tarefas adequadas à sua idade”, disse Célia Matte-Gagné, que liderou o trabalho.

A investigação contou com a participação de 78 mães e filhos participaram do estudo. As famílias foram visitadas em casa duas vezes - uma quando a criança tinha 15 meses e outra aos três anos. Na primeira sessão, as mães foram convidadas a concluir atividades que eram ligeiramente difíceis para os bebés completarem sozinhas (a construção de uma torre e completar puzzles na primeira consulta e triagem de blocos na segunda). As atividades foram vídeo-gravadas para que os pesquisadores pudessem avaliar o nível de autonomia dada aos bebés: até que ponto as mães incentivavam os filhos a completarem a tarefa sozinhos ou, pelo contrário, controlavam os acontecimentos e até entravam em ação.

Os bebés foram avaliados uma segunda vez, aos três anos, utilizando uma gama de jogos adaptados que revelaram as suas capacidades de adiar a gratificação, a força de sua memória de trabalho e a sua capacidade de pensar sobre vários conceitos simultaneamente.

Os resultados mostram que as pontuações mais altas aos três anos são as das crianças cujas mães apoiaram consistentemente um comportamento autónomo dos bebés, ou seja, que os deixaram livres para tentar, errar e, eventualmente, acertar. "Este estudo levanta a possibilidade de que as capacidades cognitivas das crianças estão ligadas à promoção da autonomia por parte dos adultos e ao longo do tempo”, conclui a mesma investigadora.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Pais apanhados em flagrante



A importância de haver coisas por descobrir

Embora muitos pais mantenham os filhos a dormir junto à sua cama até tarde, “por comodidade, para não terem de se levantar a meio da noite se a criança chora, ou até por dependências dos próprios pais em relação aos filhos”, refere Luísa Serra, “nós, psicólogos, consideramos que é conveniente as crianças deixarem de dormir junto dos pais a partir dos seis meses, exatamente para não terem acesso àquilo que se designa por cena primitiva”. Isto porque “estudos psicológicos estabeleceram uma forte correlação entre o insucesso escolar e crianças que assistiram a relações sexuais entre os pais ou outros pares. Segundo os especialistas, toda a aprendizagem, o desejo de conhecer, se baseia no facto de a criança perceber que há coisas que não sabe e ir tentando descobrir o que são. Desde o momento em que tem acesso à cena primitiva deixa de ter curiosidade para aprender, não só a nível escolar mas de um modo geral”. É por isso que os psicólogos, perante um dos raros casos de falta de motivação para a aprendizagem, exploram sempre a hipótese de os seus jovens pacientes terem presenciado actos sexuais.

No entanto, a criança só deverá ficar seriamente afetada quando isso sucede com regularidade, como explica a psicóloga: “O facto de ter assistido uma vez não satisfaz toda a sua curiosidade, há muitas coisas que não percebeu. Não é o mesmo que ficar com uma ideia precisa do que viu. Aconteceu com uma criança de seis anos que sempre dormiu no quarto dos pais. Não sabia brincar, não aprendia as letras e a postura dela era de braços caídos. Foi avaliada ao nível das cognições e não tinha problemas. Não havia outro motivo que justificasse a sua desmotivação.”

Ainda que uma única vez, é de evitar que um filho presencie o ato sexual pois, segundo Luísa Serra, “a maioria das vezes, ele é percecionado como um ato agressivo. Apanhar os pais pode ser muito destrutivo para uma criança que ainda não consegue interiorizar o que ali se está a passar: o que vê é uma coisa muito agressiva, que a assusta. Deve ter-se, portanto, o máximo cuidado e não a expor a esse cenário”.

Para os jovens adolescentes, o sexo pode não ser mais pacífico: “Lembro-me de um trabalho referido num congresso sobre violência na televisão em que, sem nunca se mencionar o sexo, se pediu a alunos do 9º ano de escolaridade para classificarem, quanto à agressividade, os programas que davam nos quatro canais”, recorda a psicóloga. “O que foi considerado mais agressivo, quase por unanimidade, foi o da Playboy...”

“Encontrar os pais, que são sempre seres idealizados, no ato sexual, pode ser muito perturbador mesmo aos 11 anos, até porque já se conhece o que o corpo é capaz de sentir” continua a especialista. “O acesso à genitalidade, a descoberta do corpo sexuado, dá-se, grosso modo, nessa idade. É quando se inicia a masturbação. Assim sendo, têm uma perceção imediata do que se está ali a passar”. O flagrante pode, neste caso, desencadear duas reações: “De inibição do início da sexualidade a dois ou fuga para o ato, precipitando-a, de forma indiscriminada e independentemente dos afetos”. Daqui se conclui que o melhor é ter o máximo cuidado para não ser surpreendido, seja qual for a idade dos filhos.

Como reagir?

Quando acontece, qual será a atitude mais adequada? Segundo Luísa Serra, “tudo depende da reação da criança. Se ela não referir o assunto, os pais não devem abordá-lo. Se fingir que não viu nada, há que respeitar porque é essa a sua estratégia. A não ser que seja percetível que algo não está bem. Por exemplo, se faz chichi na cama, começa a ter menos aproveitamento escolar ou, em idades menores, se começar a fazer birras ou a agredir os pais. Pode suceder, mesmo quando presenciou a cena uma única vez. Tem a ver com zanga: os filhos esperam estabilidade por parte dos pais e se veem que eles não estão bem um com o outro, porque interpretaram o ato sexual como uma luta, pensam que o pai estava a bater na mãe, ficam zangados por os pais não se entenderem”.

Na opinião da psicóloga, “nessas situações tem de se falar com a criança, sem referir o flagrante, perguntar-lhe o que a aflige e tranquilizá-la explicando que está tudo bem. Se ela mencionar o ato, é importante perceber o que a perturbou porque, em toda a cena, pode ter havido um pormenor que a incomodou especialmente. Não se explica o ato em si a uma criança de seis anos, por exemplo, que não vai compreender. Podem usar-se as chamadas mentiras piedosas, como a de que a mãe tinha dores de barriga e o pai estava a ajudá-la. Deve imperar o bom senso: dizer a verdade mas adaptada à idade da criança. E explicar que se trata de um acto de amor, pôr a tónica nos afetos e não no ato, o que não quer dizer que não se fale nele pois não é nenhum bicho papão. Com os mais crescidos já se pode utilizar outra linguagem uma vez que possuem mecanismos psicológicos para elaborar a questão de forma diferente”, acrescenta Luísa Serra. A reação dos pais deverá ser semelhante à referida para os mais pequeninos: deixar que o filho tome a iniciativa de abordar o tema ou falar com ele sempre que suspeitem que algo o perturba.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

E quando os nossos filhos parecem não entender a importância da escola



Com a entrada no 1º ciclo, muitas são as dúvidas e expetativas dos pais em relação ao desempenho escolar dos seus filhos. Não há dúvida que todos os pais querem o melhor para os seus filhos e com a escola não é exceção, também aqui esperam que os seus filhos não só venham a ser bons alunos como também alunos dedicados.

Mas por vezes quando as matérias começam a complicar e exigem maior concentração e dedicação por parte dos alunos, o cenário altera-se e é aqui que fica difícil perceber o que fazer para inverter a situação.

Antes demais, enquanto pais devem desde cedo proporcionar um ambiente de estudo adequado em suas casas. É importante, mesmo quando eles ainda são pequeninos – 4/5 anos –, habituarem-se a ter um espaço em casa para aprender coisas novas e que o reconheçam como tal no futuro. Quando a criança chega à idade escolar, vai com certeza escolher esse local como o ideal para fazer os trabalhos da escola ou estudar. Claro está, que é sempre importante que os pais o acompanhem nesse processo e acreditem que as dificuldades são muitas vezes ultrapassadas, ou até mesmo evitadas, se desde tenra idade os pais explicarem a importância de estudar para a vida futura da criança.

Quando ainda assim, as dificuldades persistem, não desistam dos vossos filhos: 

Conversar com o seu filho para perceber o porquê das dificuldades: “O que é que se anda a passar para andar mais distraído?”; “Aconteceu alguma coisa na escola?”; etc; 
 Fazer uma retrospectiva da vossa vida nos últimos tempos a fim de perceber se houve algum acontecimento que possa ter desencadeado essa falta de atenção, falta de interesse; 
Entrar em contacto com o Professor Titular ou com o Diretor de Turma e marcar uma hora de atendimento – lembrem-se que o envolvimento escola/família é fundamental; 
É importante evitar o castigo, a punição, valorizem sempre a Educação pela Positiva – procurem sempre recompensar o esforço através de elogios, do reconhecimento, de pequenos prémios como mais 15min de T.V. (em vez de a “tirar” por completo), um passeio no fim de semana ao local preferido dele, ser ele a escolher o jogo para jogar em família, ser ele a escolher a comida na 6f , entre outros. 

Para além de tudo isto, é fundamental darem o “exemplo” aos vossos filhos. Ou seja, não os queiram pôr a estudar, principalmente os mais pequeninos, enquanto assistem a um filme ou um jogo na televisão, por exemplo. Nessa altura, arranje qualquer coisa para fazer (organizar contabilidade, porque não; ou ler um livro/jornal) e sente-se com ele, vai ver que atitude muda completamente.



“Aprender” é desenvolvermo-nos, é tornarmo-nos adultos mais capazes.
Ajudem os vossos filhos a olhar para a escola de uma forma mais positiva.


Márcia Fidalgo, Professora de Educação Especial Centro Ser Mais,
Para Up To Lisbon Kids®

12 alternativas para o castigo- disciplina positiva




Falar sobre disciplina positiva não é tão simples quanto parece, até porque disciplina positiva não é exatamente algo simples de colocar em prática. Podemos até entender os preceitos básicos como não bater, não gritar, não humilhar, mas nem sempre é tão simples fazer isso virar realidade, dependendo de como nós mesmos fomos criados.

Educar com respeito envolve muita conversa interna e autoavaliação constante, porque somente assim que podemos saber se estamos no caminho certo. Por isso que textos que oferecem alternativas à disciplina tradicional punitiva são tão bons, pois eles não apenas focam na crítica ao método punitivo como dão soluções reais.

Esse é o caso deste texto que traduzi, escrito pela Ariadne Brill, mãe de três filhos. Ela é adepta a práticas responsivas e pacíficas de criação de filho, escreve para o site Positive Parenting Connection, além de ser educadora de disciplina positiva.

12 Alternativas Para o Castigo – Disciplina Positiva

Se você já leu sobre os benefícios em deixar de lado o castigo, em favor de utilizar outras formas de orientar filhos, mas não sabe por onde começar, aqui estão 12 alternativas ao castigo que darão a pais e filhos uma oportunidade de tratar sobre escolhas e situações com o intenção de oferecer orientação, mantendo um vínculo positivo, respeitoso e pacífico.

Estas alternativas são principalmente voltadas para crianças de 1 a 6 anos, mas também funcionam para crianças maiores.

1. Faça uma pausa junto da criança: a chave é fazer isso junto com o seu filho e antes que as coisas saiam do controle. Então, se o seu filho está tendo um momento difícil ou está fazendo escolhas inseguras, como bater em um colega, encontre um espaço tranquilo para fazer uma pausa em conjunto. Apenas cinco minutos para vocês se conectarem, para ouvir o que seu filho está sentindo e falar sobre as escolhas mais apropriadas são coisas que realmente ajudam. Isto é semelhante ao que se chama de time in, um momento de acolhimento onde os pais trazem o filho para perto, ao invés de provocar afastamento.

2. Segundas chances: você já cometeu um erro e se sentiu tão aliviado por ter uma chance de fazer tudo de novo? Muitas vezes, deixar que as crianças tentem novamente lhes permite resolver o problema ou mudar seu comportamento.”Eu não posso deixar você passar cola na mesa inteira, mas você quer tentar fazer isso de novo no papel?”

3. Resolva o problema em conjunto: se existe um problema e seu filho está tendo um comportamento causado por frustração, dar a oportunidade a ele de falar sobre o problema e ouvir a solução que ele tem pode mudar as coisas para melhor.

4. Pergunte: às vezes, nossos filhos fazem certas coisas, e nós não entendemos muito bem essas coisas. Nós podemos supor incorretamente que eles estão fazendo alguma coisa “ruim” ou sendo “desobedientes” quando, na verdade, eles estão tentando entender como alguma coisa funciona. Pergunte o que eles estão fazendo com a intenção de ouvir e entender em primeiro lugar e, então, ajude-os dando a saída adequada ou uma informação que está faltando. Em outras palavras, tente “O que você está tentando fazer?” ao invés de: “Por que diabos você está… Aaaah!!! Já pro quarto!”

5. Leia uma história: outra ótima maneira de ajudar os filhos a entender como fazer escolhas melhores é lendo histórias com personagens que estão cometendo erros, ou passando por sentimentos intensos, ou que necessitem de ajuda para fazer escolhas melhores. Além disso, ler para os filhos pode ser uma forma muito positiva de se reconectar e dirigir a nossa atenção para os nossos filhos.

6. Bichinhos e brincadeiras: as crianças pequenas adoram ver fantoches ou bonecas ganhar vida para ensinar lições positivas.”Olá, eu sou o ursinho e puxa, parece que você rabiscou o chão. Estou voando para a cozinha para pegar uma esponja para limparmos o chão juntos. Vem comigo!” E depois de limpar juntos: “Ah, agora vamos buscar um pouco de papel, você pode fazer um desenho para mim no papel? O papel é para colorir com lápis de cor!”

7. Dê duas opções: vamos dizer que seu filho está fazendo algo completamente inaceitável. Ofereça a ele duas alternativas que são seguras, respeitosas e aceitáveis, e deixe que ele escolha o que ele vai fazer a partir daí. Ao receber duas opções, a criança pode manter algum controle sobre as suas decisões e ainda aprender sobre limites.

8. Ouça uma música: às vezes, fazer uma pausa divertida para liberar um pouco a tensão e reconectar é tudo o que as crianças precisam para voltar a fazer escolhas melhores e tudo o que os pais precisam para relaxar um pouco e aliviar o estresse. Ouça uma música ou faça uma pausa para dançar!

9. Vá para fora: mudar o ambiente muitas vezes nos dá a chance de redirecionar o comportamento para algo mais apropriado. “Eu não posso deixar você subir na estante. Mas você pode subir nas barras da grade. Vamos lá para fora e brincar disso, então!” Ou: “Cortar o tapete com a tesoura não é aceitável. Vamos lá para fora cortar um pouco de grama.”

10. Respire: uma grande respiração profunda, tanto para pais como filhos, pode realmente nos ajudar a acalmar e olhar para o que está acontecendo com uma nova perspectiva. Tome um fôlego dos grandes para sair das frustrações ou respirações curtas e rápidas para sentir-se calmo e reenergizado.

11. Faça um desenho: uma ótima maneira para as crianças falarem sobre erros é fazer um desenho do que elas fizeram ou do que poderiam ter feito diferente. É uma maneira sutil para abrir uma janela para conversar sobre como fazer escolhas melhores.

12. Espaço do relaxamento: para que “dar um tempo” funcione de verdade, é necessário que isso seja algo que ajude todos a se acalmar, e não deixar os filhos assustados ou com medo. Um espaço de relaxamento é uma área onde os filhos podem ir se sentar e pensar, brincar com alguns brinquedos mais tranquilos, e ter algum espaço sozinhos, até que se sintam prontos para falar ou voltar a estar perto de outras pessoas. O uso do espaço do relaxamento deve ser oferecido como uma opção e não como uma ordem.


Cada criança e cada situação são únicas. Por isso, essas ferramentas não se aplicam a tudo, mas funcionam mais como uma lista de ideias para ajudar a expandir a sua caixa de ferramentas de criação de filhos. Eu penso que usar ferramentas pró-ativas como estas para responder e orientar os filhos a fazerem escolhas melhores funciona de maneira muito mais positiva do que ter que reagir quando as coisas saem de controle.