segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Armas de brincar. Sim ou Não?



É uma das muitas dúvidas com que os pais se confrontam: as armas de brincar não transmitem à criança a ideia de que a violência e a agressividade são realidades toleráveis?

Segundo o famoso pediatra norte-americano Berry Brazelton, autor de uma extensa obra sobre desenvolvimento infantil, é praticamente impossível evitar que uma criança de 4 ou 5 anos brinque com uma arma a fingir, sobretudo se for rapaz.

«É melhor dar vida a estas fantasias agora do que deixar para depois», escreve o especialista no livro «Compreender a agressividade na criança» (Ed. Presença).

Nestas idades, as crianças sentem-se muito pequenas e é natural que desejem parecer mais crescidas, «duronas» até, explica Berry Brazelton. É como se necessitassem das armas de brincar para imaginarem que são grandes e fortes. De nada servirá proibir este tipo de brinquedos lá em casa.

Mais tarde ou mais cedo, as crianças vão apontar pistolas imaginárias umas às outras e premir gatilhos a fingir. Ou então, inventar as suas próprias armas. É uma forma de aprenderem a lidar com sentimentos de agressividade.

Não fique preocupado se vir que o seu filho tem uma apetência grande por este tipo de brinquedos. A agressividade é algo de natural e inevitável nas crianças. Aproveite estes momentos para ajudar o seu filho a explorar estes sentimentos em segurança, através do diálogo, por exemplo.

Se a aprenderem a identificá-los e a falar sobre eles, estarão mais preparados para lidarem com esse tipo de emoções.
Revista pais e filhos