domingo, 3 de agosto de 2014

Desenvolvimento da criança







Desenvolvimento do bebé


Consideram-se três grandes áreas de desenvolvimento infantil: motor, cognitivo e emocional. Estas três grandes áreas de desenvolvimento interligam-se, influenciam-se e acontecem simultaneamente.
Contudo, em determinados momentos, uma área pode ter mais protagonismo do que as outras, sem deixar de coabitar, a toda a hora, de noite ou de dia. E, em cada uma delas, pais, bebé e genética têm o seu papel.



Desenvolvimento cognitivo do bebé (dos 0 aos 12 meses)

No primeiro ano de vida o cérebro do bebé cresce e experimenta o mundo através dos sentidos. São eles que lhe permitirão aprender, mas a estimulação exterior é fundamental. Aprender, no primeiro ano, não é fácil porque o corpo e as competências cognitivas do bebé ainda estão em desenvolvimento.

Os sons e as cores ainda podem parecer confusos. As primeiras experiências de aprendizagem são de causa/efeito e imitação, apoiando-se nas etapas que o bebé vai atingindo fisicamente. Por exemplo, explorar texturas e formas, são feitas quando o bebé já tem capacidade para segurar um brinquedo. Primeiro ganha mestria na aptidão física que, depois, propicia o desenvolvimento cognitivo e sensorial do objecto

Desenvolvimento cognitivo dos 0 aos 12 meses:

Recém nascido
  • Ao nascer, as primeiras impressões visuais do bebé são de luz e escuridão. Este é o motivo pelo qual muitos brinquedos dirigidos a recém-nascidos são a preto e branco.
  • As reações aos outros são pouco notórias, mas existem.
  • Ao nascer, por já ser capaz de ouvir, já reage à voz humana, embora ligeiramente. Após duas semanas, é capaz de o fazer intencionalmente, principalmente quando ouve as vozes dos pais.
  • Também reage ao contacto visual, desde que os objetos/pessoas se encontrem dentro dos limites do seu campo de visão.
  • É capaz de mostrar as suas necessidades, comunicando-as através do choro. À medida que vai conhecendo o seu bebé, aprenderá a reconhecer o seu choro e a identificar as suas causas.
1 mês

  • Reage aos sons fortes com desaprovação e aos sons calmos com agrado.
  • Faz movimentos bruscos de reflexo com o corpo como mostra de excitação ou alegria.
  • Consegue seguir um objeto com os olhos.
  • Vocaliza quando estimulado ou quando se conversa com ele.
2 meses

  • É muito sensível ao rosto humano e já fixa a sua atenção num rosto. O rosto dos pais, e principalmente da mãe, tem um grande poder de o acalmar.
  • Reage de forma diferente a um sorriso ou a uma gargalhada.
  • Reage com atenção e curiosidade ao mundo exterior, principalmente, aos sons.
  • Mostra interesse por determinados objetos.
  • Palra.
3 meses

  • Ganha consciência do seu próprio corpo e começa a explorar o mundo com as mãos.
  • Já responde, em vez de reagir, quando se fala com ele e fá-lo mexendo o corpo, emitindo sons e sorrindo.
4 meses


  • Imita os sons que ouve à sua volta.
  • É muito curioso com o ambiente e o mundo à sua volta, e observa tudo com muita atenção. Como já não está só deitado, o mundo visto de uma nova perspetiva parece novo.
  • Reconhece objetos e rotinas.
  • A descoberta do seu corpo continua e os pés são a nova atração.
  • Procura o objeto caído.
5 meses

  • A capacidade de atenção está a aumentar e já fica a fazer a mesma coisa por mais tempo.
  • Usa o seu corpo, movimentos e sons, para chamar a atenção sobre si.
6 meses


  • Usa determinados mecanismos físicos para garantir uma reação específica do adulto. Por exemplo, ergue os braços para pedir colo.
  • Reage ao seu próprio reflexo num espelho, como se de outro bebé se trata-se.
  • Pode começar a mostrar sinais de timidez ou estranheza a alguns adultos e estranhos.
  • Reage a algumas palavras familiares como o seu nome ou palavras do seu quotidiano e demonstra-o com uma resposta física como olhar.
  • Possui uma grande sensibilidade às modulações nos tons de voz que ouve.
  • Já articula monossílabos como ‘ba’ ou ‘da’.
  • Gosta de fazer e brincar ao ‘cu-cu’.
7 meses


  • O ‘não’ começa a ganhar significado.
  • Usa o seu corpo para atingir os seus objectivos e satisfazer a sua curiosidade. Por exemplo, movimentar-se para chegar a um brinquedo.
  • Não desiste facilmente.
  • Quando vê um objeto a desaparecer, procura-o. Já sabe que o objecto existe mesmo quando não o vê, desde que o tenha visto desaparecer. A memória é uma competência em desenvolvimento.
  • Já brinca.
8 meses

  • A memória é a capacidade a ser mais desenvolvida nesta fase.
  • Procura o objeto escondido.
  • Reconhece jogos, músicas e rimas familiares.
  • Compreende o seu nome e responde quando o chamam.
  • Já diz ‘baba’ ou ‘dada’.
  • Já aponta.
9 meses

  • Faz coisas com o seu corpo, como dizer adeus ou esticar o pé para ser calçado.
  • Começa a repetir rimas com movimentos associadas.
  • Sabe que o objeto existe mesmo quando não o vê e, se você o esconder, vai procurá-lo.
10 meses


  • Brinca com livros e com as suas ilustrações.
  • Brinca a atirar objetos, procurando-os ou interagindo com os outros para que os procurem.
  • Fisicamente, está a ganhar mestria na capacidade de agarrar.
  • Adquire o conceito de espaço, como aqui, ali, em cima e em baixo.
11 meses

  • Desenvolve o sentido de humor.
  • Age conscientemente na procura de atenção e reacção dos adultos, fazendo graças.
  • Abana a cabeça para dizer que sim.
  • Pode iniciar-se na fala através da repetição de sílabas iniciais de uma palavra ou na pronunciação de palavras pequenas. Se estimulado nesse sentido, já sabe dizer o nome ou repetir palavras.
12 meses

  • Interage segundo as regras sociais que lhe são ensinadas, como cumprimentar com um beijo.
  • Diz palavras e compreende indicações e frases simples como ‘onde está o brinquedo?
  • Identifica personagens favoritas dos livros ou desenhos animados.
  • Convida e procura a interação com os outros para brincar.
  • Gosta de jogos de causa e efeito.


Desenvolvimento motor da criança( dos 0 aos 24 meses)




O desenvolvimento motor decorre, maioritariamente, no primeiro ano de vida e acontece de forma sequencial. Cada competência ou capacidade adquirida precede e é fundamental para a aquisição da próxima, ou exploração de uma nova área do desenvolvimento. Ser capaz de ver, antecede o desenvolvimento do sentido de perspetiva ou profundidade.

Um bebé que nasce saudável já nasce com os sentidos prontos, contudo ainda não completamente desenvolvidos. Eles são parte da caixa de ferramentas da sobrevivência.

O mundo exterior é adverso e o nascimento, um choque. Da proteção do interior da barriga da mãe sai para uma explosão sensorial!

À medida que o bebé cresce e desenvolve a sua musculatura, vai ganhando controlo sobre o próprio corpo, passando de gestos bruscos a movimentos refinados, controlados e com uma determinada intenção. Grande parte deste processo de maturação acontece nos primeiros 6 meses de vida. O bebé tem proporções diferentes das de um adulto. As dimensões da cabeça, tronco e membros têm uma proporção própria onde a cabeça é maior do que os braços e os braços e pernas mais pequenos do que o tronco.

O desenvolvimento físico dos aparelhos sensorial e motor são importantes para que comece a explorar o mundo e as suas gradações, guiado pelo seu instinto natural de curiosidade e interesse em explorar tudo o que o rodeia.


Desenvolvimento motor dos 0 aos 24 meses:
Recém-nascido
  • Vê bem mas só tem um alcance de 15 a 20 cm. Esta é a distância entre o peito e a cara da mãe.
  • Não consegue focar. Olhe diretamente para ele e entre no seu campo de visão.
  • Tem o sentido do olfato completamente desenvolvido.
  • Tem paladar.
  • Ouve desde os 5 meses de gestação. É possível avaliar a sua reação aos sons com testes simples e estimulação adequados. A avaliação da sua capacidade auditiva é mais correta se for feita quando a criança já fala.
  • Ainda não tem controlo da cabeça, embora já seja capaz de mexer os braços, gesticulando-os e esticando-o
1mês
  • É capaz de focar objetos a 25 cm de distância.
  • Já não tem a persistência do reflexo de preensão, isto é, já não encerra os punhos quando é estimulado na palma da mão.
  • Toda a musculatura está mais forte, por isso vai notar mais controlo no posicionamento da cabeça e capacidade de movimentação, mas ainda descai a cabeça para traz.
  • Distingue entre o claro e o escuro, mas não as cores.
2 meses
  • É capaz de levantar a cabeça sozinho durante mais tempo, quando deitado de barriga para baixo. Se o segurar sentado, o bebé já consegue manter a cabeça direita por algum tempo.
  • Já segura em brinquedos.
3 meses
  • Se o deitar de barriga para baixo, já é capaz de usar os braços para se suportar e levantar totalmente a cabeça.
  • Começa a puxar para se sentar, com a cabeça alinhada com o corpo.
4 meses
  • Consegue sentar-se se devidamente apoiado.
  • Tem controlo completo sobre a cabeça e usa-o para explorar o mundo à sua volta, olhando para ambos os lados.
  • Deitado de costas, levanta a cabeça durante vários segundos; deitado de barriga para baixo começa a elevar-se com apoio das mãos e dos braços e vira a cabeça.
  • Já rebola e volta.
  • O controlo das mãos é mais fino, sendo capaz de segurar num brinquedo.
5 meses
  • Tem cada vez mais força nos membros.
6 meses
  • Utiliza os membros para se movimentar, rolando para trás e para frente.
  • Suporta grande parte do seu peso nos membros superiores e inferiores.
  • Senta-se direito, sem apoio.
  • Consegue alcançar e agarrar o que quer ou a posicionar-se no chão para brincar.
  • Transfere objetos de uma mão para a outra.
  • A visão e a coordenação olho/mão encontram-se próximas da do adulto.
8 meses
  • Tem mais força muscular e controlo sobre os seus movimentos, que usa para explorar e satisfazer a curiosidade pelo mundo, que é mais predominante nesta fase.
  • É capaz de se sentar sem apoio e de se movimentar para testar o equilíbrio.
10 meses
  • Senta-se sem ajuda e por iniciativa própria.
  • Domina alguns movimentos finos, como a pinça com os dedos e o polegar.
  • Consegue gatinhar e andar agarrado às coisas. Nem todos os bebés gatinham, o que não significa que não tenham a capacidade de o fazer.
12 meses
  • Caminha, agarrado, de mão dada ou independentemente… esta é uma etapa com muita variação.
  • Consegue escolher, segurar, pôr ou tirar brinquedos de uma caixa.
  • Rabisca.
14 meses
  • Pode começar a dar os primeiros passos e andar por curtas distâncias. Nesta altura, andar, começa a ser uma tarefa que faz com mais segurança e que está praticamente estabelecida
  • Ainda precisa de apoio para se levantar.
  • Dependendo do seu contacto com livros, já consegue virar as páginas.
16 meses
  • É um caminhante! Já se senta e levanta, quando quer! A exploração do mundo ganha uma nova perspetiva.
  • Já sobe escadas com o mesmo pé.
18 meses
  • À medida que o equilíbrio se estabelece, começa a correr, a andar para traz e a saltar, mas ainda o faz com os dois pés.
24 meses
  • Sobe escadas sem ajuda.
  • Consegue interagir com uma bola usando os pés e as mãos.
  • Anda como um adulto, mudando de direção, correndo. Já consegue parar de repente
Principais marcos do desenvolvimento emocional do bebé dos 0 aos 18 meses

Os bebés são sensíveis as emoções desde muito cedo visto que o seu instinto de sobrevivência, presente logo à nascença, lhes indica que devem confiar na mãe para a satisfação das suas necessidades básicas. Chora como expressão dessas necessidades mas também de acordo com o nível de desconforto que sente. Um bebé tem e expressa vontades desde muito cedo e valoriza-as como as únicas a serem satisfeitas. A consciência do outro só aparece muito mais tarde.

Os bebés aprendem, essencialmente, por imitação. Este facto reforça a importância da correção e coerência dos comportamentos dos pais e de todos os que convivem de perto com o bebé. É fundamental que o bebé cresça num ambiente de afetos e que os pais demonstrem abertamente os seus sentimentos entre si e na sua relação com o bebé. É observando o mundo dos adultos que o bebé e as crianças se modelam sentimental e socialmente.

A sociabilização e contacto com o outro é, portanto, uma fonte excelente de estimulação e de aprendizagem das condutas sociais. O convívio com os seus pares promove a construção e a afirmação da sua própria identidade, já que estando rodeado de outros como ele, é capaz de identificar a diferença entre si e os outros


Marcos do desenvolvimento emocional dos 0 aos 18 meses:

Recém-nascido


Um bebé recém-nascido demonstra as suas necessidades emocionais através da expressão corporal e facial. Começa por esboçar um sorriso (em resposta ao sorriso do adulto) e estabelece contacto visual como forma de comunicação.

O sono e as rotinas diárias permitem que ao bebé estruturar o seu novo ritmo de vida e encontrar estabilidade nos eventos que decorrem ao longo do tempo. Dormir à noite, fazer a sesta durante o dia, comer, tomar banho, etc.. Um bebé recém-nascido passa cerca de 16h15 por dia a dormir (8 horas durante o dia e 8h15 por noite). O sono favorece o desenvolvimento físico, fortalece o sistema imunológico, contribui para a consolidação da memória, relaxamento muscular, segurança e estabilidade emocional.

1 mês

O bebé distingue claramente a voz da mãe da de todas as outras. O reconhecimento da voz da mãe inicia-se muito cedo, ainda durante a gravidez. A partir dos 5 meses de gestação, o bebé já consegue distinguir a voz da mãe de todos os outros sons intra uterinos.


Com 1 mês de idade, o bebé começa a demonstrar os seus sentimentos e necessidades através de diferentes expressões de rosto (faz caretas, sorri quando olham ou sorriem para ele, deita a língua de fora) e do choro. O bebé chora porque está desconfortável, com dores ou apenas porque precisa de atenção. Gradualmente vai perceber que existem diferentes tipos de choro e a perceber o que o seu bebé lhe quer dizer.


2 meses



Aos 2 meses de idade, o bebé já gosta de agradar. Se sorrir muito para o seu bebé e conversar com ele durante as rotinas diárias, o bebé vai aprender que certos gestos e comportamentos são positivos e tende a imitá-los.

Quando está feliz, o bebé sorri e gesticula para chamar a atenção. Gradualmente começa a fazê-lo com intencionalidade, como quando quer colo.

O bebé está muito dependente da mãe e é com ela que vai estruturando a sua personalidade. Tudo aquilo que envolve a amamentação, os cuidados ao bebé, o ambiente e as manifestações de carinho são fundamentais para que o bebé se sinta seguro e amado.

As rotinas do dia-a-dia vão-se consolidando o que contribui para a estabilidade emocional do bebé que começa a estabelecer uma relação causa/efeito entre tarefas e uma noção de previsibilidade sobre o que vai acontecer a seguir.



3 meses


  • Mostra agrado e alegria quando vê os pais ou outras pessoas com quem está familiarizado
  • Começa a comunicar intencionalmente, emitindo sons e sorrindo abertamente
  • Entende o sorriso e sorri socialmente.
4 meses


  • Sabe a diferença entre estar sozinho ou acompanhado e prefere não estar só, chorando para mostrar o seu desagrado.
  • Aprecia a companhia e gosta de atenção.
  • Distingue as figuras cuidadoras e próximas das restantes pessoas com quem se relaciona, estabelecendo com cada uma, uma relação privilegiada e individualizada.
5 meses


  • Verbaliza, gesticula, chora, sorri e ri para comunicar e não só para satisfazer uma necessidade de sobrevivência.
  • Começa a demonstrar sentimentos de medo quando ouve barulhos altos ou inesperados.
  • Estranha pessoas que não vê frequentemente e distingue uma voz calma de uma voz irada.
6 meses

  • Demonstra sentimento de posse pelos pais.
  • Como está a descobrir as mãos, usa-as para demonstrar o seu afeto e apreço pelos pais.
7 a 8 meses


  • Gosta de comunicar com outros bebés e usa todas as competências adquiridas até aqui para estabelecer essa comunicação e se relacionar. Palra, ri, gesticula e parece ser capaz de ‘conversar’.
9 a 12 meses

  • Manifesta carinho com abraços e mimos principalmente pelos pais.
  • Já tem alguma individualidade e reconhece o seu nome.
13 a 15 e meses

  • É mais expansivo embora recorra aos pais para conforto e segurança.
  • Gosta de agradar e ser participativo das rotinas dos adultos.
16 aos 18 meses

  • Começa a construir a autoconfiança e independência, querendo desempenhar algumas tarefas sozinho.
  • Já tem brinquedos favoritos e adora animais.
  • Já aprecia brincar sozinho.

Mãe me quer